Circularidades

Laboratório de Curadoria e Exposição

OFÍCIO

Curadoria
Melissa Chemim
Artista
Ana Godoy
Ano
2019
Técnica
Assemblagem
Material
Papel ofício e vidro
Tamanho
29,7 x 42 cm

Em sua obra "Ofício" a artista e escultora Ana Godoy traz ao público uma leitura imponente e lúdica a respeito das queimadas nas florestas nacionais.

Uma obra repleta de simbolismos que permitem as mais variadas formas de interpretação e retrata uma questão de grande importância, que muitas vezes parece distante e quando está perto parece inalcançável.

"Ofício" está materializando o documento ofício em forma tridimensional e nos serve como um lembrete e um alerta de que mesmo que vejamos a obra por fora do vidro, estamos imersos nela, presos embaixo do vidro queimando pelas bordas junto com as florestas, e que é nosso dever clamar por mudanças nas mais diversas esferas sociais.


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OFÍCIO - Ana Godoy - 2019

HOMO HOMINI LUPUS

Curadoria
Henrique Cabral
Artista
Henrique Cabral
Ano
2017
Técnica
Colagem - Recorte de revistas
Material
Papel Canson, Sulfite
Tamanho
29,7 x 42,0 cm

"Lupus est homo homini lupus".

O Homem é o lobo do próprio Homem.

O trabalho discute sobre o mundo das aparências, sobre o privado e o particular, a segurança e os perigos das relações.

O que o ser humano é capaz é sempre, surpreendente. Todos os dias escolhemos as máscaras com as quais sairemos de casa. A do filho, marido, amigo, profissional. Pessoa de sucesso, de fracasso, pessoa humilde ou soberba.

Todas dependendo de onde iremos, com quem falaremos, como desejamos ser vistos, e por qual motivo. Como podemos crer naquilo que vemos nas ruas, confiar nos rostos com os quais cruzamos, nas palavras que escutamos, nos gestos que presenciamos? Não podemos.

Só o nosso Real é possível de ser conhecido, não o outro. Só nosso Real é possível de ser controlado, não o outro. Só o nosso Real é possível de ser dominado, não o outro.

Portanto “conhece-te a ti mesmo”, e com o outro, tome cuidado.


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HOMO HOMINI LUPUS - Henrique Cabral - 2017

CIRCULARIDADES

Curadoria
Vinicius D'Agostin e Douglas Lenon
Artista
Claudia Ramalho
Ano
2019
Técnica
Gravura em metal
Material
Tinta Charbonnel sobre papel Hahnemuhle
Tamanho
29,7 x 42 cm

Não há uma tentativa de representação quando estamos diante da circularidade ou singularidade, ou talvez subjetividade de uma obra.

O círculo traz significados que estão implícitos em sua própria representação: chore pela obra, se divirta com ela, ressignifique ela.

O equilíbrio que tente incessantemente se impor acaba se esquecendo que a vida é esse círculo bagunçado sem fim.

Na roda do acaso mostramos nossas imperfeições por estarmos com medo de sairmos do nosso próprio círculo.

Espero que essa obra nos inspire a entender que o nosso ponto de partida é onde queremos chegar no fim de toda essa circularidade.


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CIRCULARIDADES - Claudia Ramalho - 2019

MÚTUO

Curadoria
Rosana Moro
Artista
Luca Gaudeda
Ano
2019
Técnica
Aquarela
Material
Papel 300g
Tamanho
21 x 30 cm

A partir de pinceladas decididas começa-se um estudo sobre o corpo artístico, uma performance transformadora.

A aquarela em tons quentes traça o circuito de peles servindo-nos de calor. Uma pira de tons se ergue sobre o papel, um corpo surge do fogo e o organismo é, então, forjado.


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MÚTUO - Luca Gaudeda - 2019

(Sem título)

Curadoria
Sabrina Porcote da Silva
Artista
Jaqueline Cunha
Ano
2019
Técnica
Pintura e desenho
Material
Tinta acrílica, sobre papel Canson
Tamanho
29,7 x 42 cm

Com o intuito de trazer ao objetivo a ideia da construção do tempo, a artista traça um paralelo entre o vazio da folha e o espaço preenchido.

Estes, que correspondem ao objeto real e o subjetivo, são inerentes ao prático da criação.

Assim, a materialização através da pintura é tão somente possível através do tempo.

A interdependência entre o espaço e o tempo é a natureza da circularidade presente na obra.

Faz-se ciclicamente necessária a ação diante a passagem do tempo e fundamental a passagem do tempo perante a ação.


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Jaqueline Cunha - 2019

O Corvo

Curadoria
Daiane Assen
Artista
Sampaio
Ano
2019
Técnica
Acrílica sobre papelão
Material
Papelão 400g
Tamanho
50,0 x 70,0 cm

Diria a estética da arte oriental que o artista é responsável por captar a energia, a alma, daquilo que ele representa. Uma pessoa presa no ufanismo do classicismo não enxergaria a obra de Sampaio e o que ela realmente transmite.

Falariam também os orientais que aquele que tem uma cor tem todas, e mesmo nos tons terrosos e escuros, na incógnita da falta de olhar do semblante, na escuridão e julgamento do corvo, temos uma essência colorida e a singela alegria da obra.

Sampaio nos traz o questionamento se olhamos para dentro de nós, o que abrigamos em nossos ombros, o que enxergamos dos outros e o que deixamos à margem. No entanto, da delicadeza de sua obra, da energia de suas pinceladas, o sentimento que sempre me provoca é uma alegria e uma paz sem igual.


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O Corvo - Sampaio - 2019

Same shit, every century

Curadoria
Adriane Harder
Artista
Barbara Iannaccio
Ano
2019
Técnica
Aquarela
Material
Papel de algodão
Tamanho
29,7 x 42,0 cm

A Obra “Same shit, every century”, de Barbara Iannaccio, convida a uma consciência de uma identificação perceptiva imediata: caminhemos com estas que poderão ser bruxas, sufragistas, artistas, intelectuais, justiceiras, todas elas ou nenhuma delas - o fluxo dos seus devires sugere importância histórica e estética.

A tensão da água guia a experimentação perceptiva: o uso da aquarela e sua proporção na obra nos indagam como o registro desta experiência se situa na tessitura do coletivo.


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Same shit, every century - Barbara Iannaccio - 2019

A HISTÓRIA SE REPETE, A REPETIÇÃO SUFOCA

Curadoria
Beatriz Lavado Hamann
Artista
Wendy Audrey
Ano
2019
Técnica
Pintura, Fotografia e colagem S/papel Canson
Material
Acrílica e Fotografia
Tamanho
29,7 x 42 cm

A artista plástica Wendy Audrey gosta de trabalhar com linguagens diversas como pintura, fotografia, escultura e performance, além de trabalhar paralelamente com cinema e teatro. Para ela, a arte é uma figura presente e de extrema importância em sua trajetória de vida. “Me entendi como artista antes de me entender como pessoa”, ressalta. Durante seu percurso vem trabalhando diferentes linguagens, afinal sempre apreciou conhecer tendo a necessidade do amplo. Suas obras abordam o corpo feminino mesclando com a melancolia, solidão ou agonia, por gostar de trabalhar com as emoções do público, também evidenciada na recorrência da cor vermelha.

Influenciada por Picasso, Márcia X, Marina Abramovic, Lucian Freud, Egon Schiele e também literatura, a poesia, a música, cinema e teatro, atualmente acredita que sua linguagem de maior imponência seja a performance por ter a possibilidade de trazer outras linguagens para dentro desta. Em sua obra para a exposição “circularidade” ela aborda “a história se repete, a história sufoca, a repetição sufoca” em um papel tamanho A3, uma mescla de pintura, fotografia e colagem, além de, simultaneamente à exposição, realizar uma performance abordando que a repetição sufoca.


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A HISTÓRIA SE REPETE, A REPETIÇÃO SUFOCA - Wendy Audrey - 2019

LUPINA PÚRPURA

Curadoria
Felipe Nicolau
Artista
Lucas Ribas Gomes
Ano
2019
Material
Papel
Tamanho
29,7 x 42,0 cm

A sexualidade é inerente a natureza em todas as suas criações.

Sejam elas animais ou vegetais.

Porém, ela se torna mais evidente, comentada, observada, desejada e explorada na raça humana.

Um artista tem a habilidade de demonstrar "essa natureza" através das suas obras artísticas, onde um olhar atento poderá ver a junção dessa dicotomia: o feminino e o masculino num só conjunto.

Na atualidade essa dicotomia tem se tornado evidente e vivida sob vários aspectos, como uma força natural de sobrevivência, com a garra de um audaz lobo que defende suas opiniões, opções e escolhas.


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LUPINA PÚRPURA - Lucas Ribas Gomes - 2019

COLAGENS

Curadoria
Tereza Marcon
Artista
João Pedro
Ano
2019
Técnica
Canetas sobre papel
Material
Post it
Tamanho
29,7x42 cm

João desenha sem parar, e em qualquer lugar ou base. Quando conheci o trabalho dele confesso que fiquei animada. Particularmente, gosto de gente sem firula.

João traz técnica, mas de uma maneira tão simplificada e ao mesmo tempo tão complexa que me encantou. Ele me lembra um tatuador muito querido, Joe Capobianco. A crueza do estilo New School de Capobianco foi um sopro de ar fresco no mundo da tatuagem quando ele surgiu. Mas não era apenas a lembrança do traço de Capobianco. Ele parecia uma fusão do mesmo com Michelangelo, que ao contrário de Da Vinci, dava mais ação ao corpo humano, aquele velho jogo de saber usar a técnica de maneira não convencional.

Arte é construção de imagens, um jogo de força que faz você entrar nas profundezas das suas memórias e sentimentos e é isso que João busca nas suas obras, especialmente nesta criada para a mostra. Aproxime-se, olhe bem e mergulhe nos detalhes de uma coisa tão simples e tão complexa ao mesmo tempo.


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ELAS LEMBRAM

Curadoria
Lúcia Helena Gelinski
Artista
T. MDR
Ano
2019
Técnica
Acrílica e óleo
Material
Papel Paraná
Tamanho
29,7 x 42 cm

A artista expressa em sua obra, figuras femininas que passaram pela ditadura militar no Brasil.

Nos direcionando à um debate sobre esquecimento; amnésia histórica não como coisa feminina, e sim como dualidade: homem e mulher.

Enquanto o homem tem a sensação de liberdade dos momentos ditatoriais ao longo da história, a mulher nem ao menos se libertou da ditadura do ser mulher numa sociedade desigual.

Nos traz o sentimento de dor e luta das mulheres, porém de união e força em conquistar seu espaço.

A obra faz-nos refletir o quanto não devemos esquecer a trajetória feminina e a importante edificação de seu papel na sociedade.


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ELAS LEMBRAM - T. MDR - 2019

(Sem título)

Curadoria
Ronaldo Santos Carlos
Artista
Mylena Gelinski
Ano
2019
Técnica
Grafite sobre papel Sulfite
Material
Lápis de cor e caneta branca
Tamanho
29,7 x 42,0 cm

Mylena é artista autodidata. Acadêmica na Escola de Música e Belas Artes, a artista se destaca por apresentar obras com cunho realista. Sua pesquisa acadêmica em educação tem como foco o autismo.

Nesta obra, a artista apresenta elementos figurativos bastante claros que demonstram sua intenção em retratar a dicotomia entre a razão e a emoção que estão presentes na relação com os autistas (Transtorno do Espectro Autista – TEA). Ao colocar outras informações como a estrutura molecular de DNA, a proporção áurea e menção de um quebra-cabeças, detona a inspiração da perfeição que há em tudo.

Na obra, a forte menção aos símbolos autistas inspira todo o conceito do trabalho realizado. A cor azul ao fundo, a fita de conscientização e o logotipo da neurodiversidade que aparecem de forma intuitiva na forma da estrutura molecular de DNA.

Esta é a poesia da artista. Isto é o que a move para criar trabalhos tão puros em beleza, conceitos e perfeição artística.


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Mylena Gelinski - 2019

(Sem título)

Curadoria
Triana Ballesta
Artista
Larissa Silva
Ano
2019
Técnica
Mista
Material
Acrílica, algodão e matéria orgânica sobre papel.
Tamanho
29,7 x 42 cm

O trabalho de Larissa Silva, repleto de símbolos, não faz muitas voltas para tratar de certos tabus que são pautas dos movimentos feministas. O interesse pelo tema faz parte de suas vivências pessoais que a conduziram para investigações artísticas sobre a aceitação da mulher real, como ela mesma diz “a que tem pêlos, tem gordura, tem instinto (...) é matéria orgânica, é ser humano”.

Larissa propõe a unidade entre o sagrado e o profano, sem anular suas naturezas, pelo contrário, trata-se de um olhar sobre novas configurações da mulher/mãe/santa que incorpora em seu modo de representação um corpo mais próximo da mulher real, a que conhece as opressões presentes em sua própria vida, e que por isso, a quem se pode recorrer.


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Larissa Silva - 2019